sexta-feira, 26 de julho de 2013

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Projeto: Minha nada interessante vida - Por onde eu ando



Estou vivendo um momento eremita. Converso com muitas poucas pessoas e geralmente via chat. E tenho passado muito tempo sozinha.

Longe de reclamar disso, mas sim de aproveitar o que esta suposta solidão me alimenta e contribui para o meu desenvolvimento.

Geralmente fotografo sozinha. Não que eu não goste de companhia ou que eu me ache melhor que qualquer um, mas quando se está sozinha você consegue conectar melhor o seu exato momento. Consegue também ouvir melhor teu interior.

Ouvir seu interior não é o mesmo que passar  tempo remoendo o passado. Não é viver isolado porque se acha melhor que todo mundo e não é ficar alimentando ressentimento e planejando sua vingança contra tudo e todos.

Ouvir seu interior é encontrar a paz. Compreender processos repetitivos da alma para que estes não mais se repitam. Criar sua nova realidade, estudar, ler. É sentir e observar o ambiente com uma atenção especial  e principalmente ouvir a tua alma.

Há uma amiga que saio para fotografar junta, mas isso s´é possível porque temos, mesmo juntas, momentos em que fotografamos sozinhas também. Compreendemos o processo e há um enorme respeito uma pela outra.

O processo criativo é intransferível e pessoal e por isso cada um deve viver  teu e sozinha descobrir seu caminho. Ninguém caminha por você. Só você pode realmente viver a tua vida.

Neste meu momento eremita caminho muito pelas ruas e por estas ruas e lugares me conecto e fotografo.

Espero que gostem
















Projeto: Minha nada interessante vida: Destinos difíceis aos quais me identifico.

Muitos dizem que fotografar moradores de rua ou pessoas aos quais estão sofrendo não é arte. Outros dizem que é exploração da miséria humana, enfim, muitos dizem muitas coisas.

Eu fotografo moradores de ruas de que alguma forma interpretam algo que tenho dentro de mim. 
Nós fotografamos o que nos move e bem como diz Sebastião Salgado fotografamos com tudo que temos dentro de nós.

Não acredito que eu queira de alguma forma explorar a miséria humana. Primeiramente porque todos temos nossa parcela de miserabilidade dentro de nós.

Quando comecei a fotografar eu vivia em um momento muito delicado. Havia me separado a algum tempo. Não morava com as minhas filhas ( até então ainda não moro). Trabalhava em um emprego que pagava-se muito, mas muito pouco. Havia voltado a morar com a minha mãe ( Diga-se de passagem que mesmo com ela me aceitando o preço e a cobrança emocional para a minha alma e paz foi muito alto) e estava completamente perdida em relação a como sair de toda esta situação. Em suma eu era uma moradora de rua na alma. Havia uma completa identificação com estas pessoas aos quais não tem ninguém e nada na vida. 

Com o tempo minha vida foi caminhando e através de muito trabalho foi (está) mudando. Conheci neste meio tempo um processo terapêutico chamado constelação familiar aos qual me ensinou a sentir a alma das pessoas bem como ver o mundo também com outros olhos. 

Para uma professora e estudante (eterna) de filosofia e fotógrafa isso agregou ainda mais o meu ser. 

Hoje ainda fotografo moradores de rua, porém tenho uma outra abordagem. primeiramente não os enxergo como miseráveis e muito menos como perdedores. Mesmo com todo aspecto que aos olhos do mundo é muito negativo eu os vejo como grandes vencedores que seguram no dia a dia aquilo que ninguém mais quer segurar ou viver. 

Ainda possuo identificação com eles justamente porque a minha abordagem também mudou em relação a mim mesma. Me identifico porque também me sinto (fui e aceitei ser) excluída por muita gente. Só há exclusão quando há incômodo, ou seja, hoje em dia é muito fácil excluir o que nos incomoda, basta "deletar" com um clique por exemplo. 

Há uma musica do foo figthers chamada "The pretender" em que há uma passagem que diz:  
"Eu sou a voz dentro de sua cabeça que você recusa a ouvir
Eu sou a cara que você tem de encarar, refletido no seu olhar
Eu sou o que resta, Eu sou o que é direito. Eu sou o inimigo
Eu sou a mão que te derruba, que te deixa de joelhos."

E isso traduz muito o que sou, o que represento no mundo e esta questão toda a qual expliquei acima. 

Concluindo, eu não fotografo apenas moradores de rua, fotografo a mim mesma, fotografo vencedores  e fotografo o que incomoda, enfim, fotografo almas. 
=.)























terça-feira, 23 de julho de 2013

Projeto: Minha nada interessante vida - Dias inteiros sozinha na biblioteca










Projeto: Minha nada interessante vida

Ser fotógrafa significa ter um outro olhar no mundo. É perceber nuances aos quais muitos não percebem. É sentir o cotidiano e tentar trazer a sua visão através das lentes.
Isso que escrevo pode ser até meio cliché, mas é como sinto. É como fotografo.
Meu projeto se chama "Minha nada interessante vida", isto é, trago através das lentes, a fotografia que faço no dia a dia, em outras palavras, as fotos que faço nada mais são do que o que  vivo, o que vejo, por onde ando, com quem converso, o que penso.
Isso pode não significar muito para muita gente, porém para mim que estou começando minha jornada no mundo da fotografia significa muito.



Comecei a fotografar em 18 de novembro de 2010 e desde então não abandonei mais a fotografia. Fotografo todos os dias e como tenho diversos interesses percebi que não tenho um foco definido para montar um projeto mais delimitado.
Hoje olhando o conjunto das minhas fotos desde que comecei percebi que a liga destas era o fato delas mostrarem meu cotidiano. Então uma luz se fez e o titulo traduz isso.
Qual o futuro deste projeto? Eu nem imagino...
Não crio expectativas. Quem sabe seja apenas um esboço para quem sabe um projeto mais elaborado?
Quem sabe este fique apenas reduzido a um blog insignificante também. Risos...
Mas se estas fotos de alguma forma tocar a alma de quem o vê, então já me darei por satisfeita.
Sejam todos bem vindos.

Christiane Forcinito.